Renault Logan 1.6: enfim, a mudança
Sedã disfarça o visual antigo e ganha acabamento de Sandero para melhorar imagem de carro racional
POR DANIEL MESSEDER // FOTOS DE OSWALDO LUIZ PALERMO
Criado para países emergentes do leste europeu, o Logan não dá a mínima para design
O
Logan continua honesto, mas agora recebe a tão esperada mudança visual. O carro tem espaço interno de
Corolla, porta-malas de
Linea e oferece garantia de 3 anos, sem igual no segmento. Mais do que isso, a marca francesa promete custo de manutenção inferior a R$ 1 por dia, com valores fixos para as revisões. Então, por que será que as vendas do sedã da
Renault ainda não deslancharam? Simples: é difícil encontrar carro mais sem graça que ele.
Criado para países emergentes do leste europeu, o Logan não dá a mínima para design. Tem chapas da carroceria sem vincos e vidros laterais retos, para baixar custo. O interior franciscano segue a mesma linha. Por aqui, porém, essa falta de tempero prejudica o desempenho do carro no mercado. Ao criar o
Sandero (derivado do
Logan), a
Renault brasileira já teve de mudar algumas coisas para agradar ao público brasileiro. E agora chegou a vez do
Logan mudar. A marca recorreu às soluções do hatch — além de outras apontadas pelos clientes daqui.
Até os cromados que o Siena inaugurou na categoria estão presentes
A plástica que a marca francesa providenciou teve resultado positivo. O sedã longe de ser um exemplo de linhas arrojadas, mas ele enfim incorporou faróis com o pisca integrado, e estreia grade e para-choques mais modernos. Até os cromados que o
Siena inaugurou na categoria estão presentes, acima da grade e na tampa do porta-malas. "A traseira era feia mesmo", admite Cássio Pagliarini, diretor de marketing da marca. Por isso, além da faixa cromada, a tampa agora tem a quina arrebitada (recurso semelhante ao do
Voyage) e as lanternas trazem novas lentes, mais brilhantes e atuais.
Por dentro, o
Logan virou
Sandero. Esses detalhes na cor prata eu conheço do hatch, assim como os puxadores de porta e a máscara da parte central do painel que emoldura as saídas de ar circulares. Olho para os retrovisores externos e vejo que eles estão maiores, como os que estrearam no
Sandero Stepway — boa mudança, pois os antigos não ofereciam visibilidade decente. Mas nem tudo é
Sandero no novo
Logan: o quadro de instrumentos ganhou novo grafismo, exclusivo, e a textura dos plásticos da cabine melhorou o aspecto simplório da cabine.
Atendendo a uma reclamação sobre ergonomia, a Renault passou os botões dos vidros para as portas, mas não ficou bom. Para acioná-los você esbarra no novo puxador de portas e tem que torcer levemente o braço. Também não espere por comandos "um toque" (nem para o motorista) ou iluminação noturna dos botões. Outro problema é que os comandos da ventilação ficam lá embaixo, e inclinados para baixo, e não para o motorista. O botão de ajuste elétrico dos retrovisores também permanece mal localizado, embaixo da alavanca do freio de mão.
Detalhes na cor prata e retrovisores maiores são herança do Sandero
Por outro lado, a posição de dirigir melhorou por causa do volante com regulagem de altura (quando equipado com direção hidráulica) e, em movimento, o
Logan está mais silencioso devido às mudanças feitas para melhorar o isolamento acústico – ponto crítico do carro. De fato, o ruído de rodagem baixou consideravelmente, mas o motor 1.6 8V da versão Expression avaliada ainda fala alto na cabine em rotações elevadas. Aliás, o 1.6 16V deixou de ser oferecido pouco depois da chegada do
Symbol, ano passado. E os equipamentos da extinta versão
Privilége passam a ser oferecidos na
Expression (alguns de série, outros como opcional).
Authentique 1.0 16V Hi-Flex | R$ 28.690,00 |
Expression 1.0 16V Hi-Flex | R$ 30.190,00 |
Expression 1.6 8V Hi-Torque | R$ 32.690,00 |
Os motores 1.0 16V e 1.6 8V não sofreram modificações. Isso significa que o primeiro sofre com a cabine e o porta-malas cheios, enquanto o segundo agrada pelo bom torque em baixos giros. Os preços deverão ser mantidos, com boas surpresas no valor dos pacotes de opcionais, garante a
Renault. A meta é aumentar a participação no segmento de 5% para 7% em 2010.
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