27 de out. de 2009

Idea Adventure encara Livina X-Gear





Já faz dez anos que as primeiras versões com apelo aventureiro apareceram. Depois de uma década de evolução, foram-se os quebra-matos, entre outros penduricalhos e vieram itens bem mais úteis, além de desenhos harmoniosos, que mostram um bom amadurecimento da maneira de se mostrar diferente. Nesse comparativo, reunimos as duas únicas minivans com esse jeito mais descolado e que podem vir com requintes como câmbio automático, ou com sistema que dispensa o pedal de embreagem. As recém-lançadas Idea Adventure Dualogic e Livina X-Gear são os melhores exemplos de como o tempo fez bem às antes polêmicas versões com visual “off road”.

É bem verdade que o modelo da Fiat veste mais a camisa do time que gosta de por os pés na lama de vez em quando. Tem estepe na traseira, pneus de uso misto e boa altura livre do solo. Acaba de receber a opção de câmbio automatizado e, com o mesmo nível de equipamentos da concorrente da Nissan, tem preço sugerido de R$ 58.233, valor que inclui itens como duplo air bag, freios ABS e sistema de som de última geração. Poderia vir ainda mais equipada, com sensores que acionam o limpador de para-brisa e ajudam na hora de estacionar e mesmo assim ficaria um pouco mais em conta que a X-Gear, oferecida com motor 1.8 16V e câmbio automático por R$ 63.700.

A partir de agora é que começam a vir à tona as diferenças entre essas duas minivans aventureiras. Depois de ter dirigido ambas ficou claro que a Nissan tem um projeto um pouco mais refinado, o que inclui direção com assistência elétrica, sistema que permite dar a partida com a chave no bolso, cabeçote de 16 válvulas, além do câmbio automático, que apesar de ter apenas quatro marchas (com overdrive) transmite um pouco mais de conforto que o automatizado da Fiat. Outra vantagem da X-Gear é que existe mais de espaço interno, inclusive no porta-malas (449 litros, ante 380 litros da Fiat).
Tudo isso acaba justificando em parte a diferença de um pouco mais de R$ 5 mil entre os dois modelos. Não resta dúvida de que a Idea Adventure leva mais a sério o lado aventureiro (vem também com sistema Locker, que controla a tração no eixo dianteiro), mas a concorrente da Nissan sai com uma vitória apertada também por causa do menor consumo e pelo melhor desempenho no dia a dia.
 

Há quem torça o nariz para o conjunto mecânico da Fiat. Não há dúvida de que seu motor 1.8 (de origem GM) está longe de ser exemplo de eficiência com álcool no tanque (fez uma média de 6 km/l na cidade). Em contrapartida, a boa dose de torque em baixa rotação, deixa o carro mais ágil que a Livina nas ultrapassagens. São 18,5 kgfm a 2.800 rpm da Idea, ante 17,5 kgfm a altos 4.800 rpm da minivan da Nissan, que dá o troco acelerando melhor por causa da relação peso potência mais favorável (9,6 kg/cv ante 11,5 kg/cv da Idea), mesmo sendo um pouco maior que a rival da marca italiana.
A minivan X-Gear também consegue ser mais econômica (média de 6,8 km/l na cidade, com álcool) e silenciosa. Nas curvas, o centro de gravidade mais baixo do Nissan, contribui com a estabilidade, assim como os pneus, que apesar de serem mais estreitos que os da rival da Fiat (185/65, contra 205/70), têm banda de rodagem para uso 100% no asfalto, oferecendo mais aderência. Segundo a Nissan, a Livina X-Gear atinge 182 km/h e acelera de 0 a 100 km/h em 11,7 segundos, números melhores que os da Fiat (171 km/h e 12,2 segundos, respectivamente).


Na prática, para que serve o estepe na traseira? Atrapalhar na hora de abrir o porta-malas? Ou chamar a atenção de gatunos de plantão? Claro que ajuda a compor o visual aventureiro, mas isso já está se tornando coisa do passado. Vários utilitários esportivos de renome estão deixando esse detalhe de lado. A lista já inclui Land Rover Discovery4, Nissan Pathfinder, Jeep Grand Cherokee, entre vários outros. Portanto, no Idea Adventure, a roda sobressalente na traseira foi mais um ponto contra na briga com o X-Gear. No quesito equipamentos, outro item que se mostrou mais eficiente no Nissan foi o temporizador do limpador de para-brisa regulável na comparação com o da Fiat, que usa sensor, mas que não é tão preciso.
Pelo entreeixos um pouco maior (2,60 metros, ante 2,51), o espaço interno na Livina torna o ambiente mais confortável. Além disso, aqui vai um alerta: não tente encaixar um copo no console central do Idea porque vai acabar fazendo um estrago. O mesmo não acontece no modelo da Nissan, que se mostrou mais prático quando foi preciso usar os porta-objetos. Faltou apenas regulagem de altura do banco do motorista, algo inexplicável em uma versão topo de linha como é a X-Gear. Sem ela, os mais altos vão se sentir dirigindo na estratosfera. E bem que essa Livina também poderia ter controlador de velocidade de cruzeiro (“piloto automático”) com comando no volante, o mesmo do Tiida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário