Avaliamos o Novo Uno: elevado ao quadrado
Versão de entrada parte de R$ 25.550 e agrada, enquanto Way 1.4 é para quem deseja ser visto
Ricardo Tadeu, de Salvador (BA)
Disponível em três versões diferentes (veja quadro com itens de série mais abaixo), o modelo parte de R$ 25.550 na configuração Vivace 1.0, aquele que deve corresponder ao maior número de vendas entre as versões. Esta foi avaliada por Autoesporte, porém, com quatro portas, para-choques pintados, travas e vidros elétricos, direção hidráulica, limpador e desembaçador traseiro.
De cara, o visual do Uno agrada e é diferente de tudo que estamos acostumados a ver, isso devido ao grande investimento por parte da montadora em relação ao projeto, que consumiu um investimento de aproximadamente R$ 1,3 bilhões, além de 6,5 milhões de quilômetros rodados. O design aposta no conceito "round square", ou quadrado arrendondado. Isso pode ser visto em sua carroceria de linhas retas, mas com quinas suaves. Chega a lembrar o Kia Soul, modelo sulcoreano famoso pelo design arrojado. Destaque para a falsa grade com três retângulos ao lado do logotipo dianteiro, uma marca registrada do novo Uno.
A bordo
Embora superior ao do seu antecessor, a posição de dirigir do Uno não é muito alta, mas permite um bom ângulo de visão. O banco não possui regulagem de altura nesta versão, mas traz em todos os modelos um pino nos trilhos de regulagem de comprimento, que permitem aumentar o espaço em 2 centímetros, o que pode ser bom para motorista ou passageiro do banco traseiro. O espaço atrás também surpreende e, mesmo com 1,85 m de altura, consegui me acomodar bem, sem bater a cabeça. Não é um show de conforto, mas tem tudo para se tornar referência entre os compactos.
A boa ergonomia do interior, que segundo a Fiat foi pensada do zero, permite fácil manuseio dos botões do ar e do som, ao centro do painel. Diferente disso, são os comandos do desembaçador e faróis de milha, à esquerda do volante. Este que tem uma ótima pegada e um visual agradável com três raios. Ele e o painel nos faz sentir a bordo de um de um Fiat 500, graças as linhas arredondadas. Nesta versão não há conta-giros. O acabamento é bom, mas os adesivos de customização deixam a desejar. Dois deles, que vão colados na bola de câmbio se soltaram após quase 1 hora de avaliação do hatch.
Mãos ao volante
Ao dar a partida no Novo Uno, lembro de seu antecessor, já que a chave é a mesma. O motor é um Fire 1.0 Evo, que ganhou mudanças em busca de um melhor consumo de combustível, rende 74 cv com gasolina e 75 cv com álcool. O torque fica em 9,5 kgfm com gasolina e 9,9 kgfm com álcool, ambos a 3.850 rpm. Isso faz com que sua saída seja muito parecida com a do Uno Mille, com uma sensível melhora entre a segunda e terceira marcha.
VERSÃO | ITENS DE SÉRIE |
Vivace 1.0 | Para-choques sem pintura, tomada 12V, brake-light, pneus 165/70 R13, porta-luvas com tampa, econômetro |
Attractive 1.4 | Way + Para-choques pintados, pneus 175/65 R14, console de teto, comando interno de retrovisores, volante com regulagem de altura |
Way 1.0 | Para-choques sem pintura, tomada 12V, brake-light, pneu 175/70 R14, rack de teto, conta-giros, porta-luvas iluminado |
Way 1.4 | Attractive + para-choque sem pintura, pneus 175/65 R14 de uso misto, rack de teto, lanternas traseiras fumê |
A quinta marcha, por sua vez, foi alongada para contribuir com o consumo. Segundo a Fiat, o modelo faz 15,6 km/l com gasolina na cidade e 10,5 km/l com álcool. Na estrada, os números sobem para 20,1 km/l e 12,9 km/l, respectivamente. Ainda em quinta, rodando a 120 km/h com giro em 4.000 rpm, o ruído do motor começa ficar alto, mas o sistema de som ameniza o problema e ainda pode ganhar entrada para MP3.
Com a carroceria mais rígida e as novas suspensões (tipo McPherson na frente e eixo de torção atrás), o modelo se tornou mais justo. Apesar da inclinação da carroceria nas curvas, o carro mostra boa estabilidade. Chega a ser divertido guiar o popular. Nas ultrapassagens, o modelo exige certo cuidado, assim como qualquer modelo com motor 1.0, que tem pouca força.
No entanto, a versão 1.0 pareceu mais interessante se comparada ao 1.4. Nossa reportagem guiou a versão Way 1.4 (com 85 cv a gasolina e 88 cv com etanol), que apresenta pouca diferença em relação de desempenho ao 1.0, diferente do consumo, com considerável aumento. Segundo a Fiat, o Uno 1.4 faz 13,2 km/l (gas.) e 9,1 km/l (álc.) na cidade e 17,7 km/l e 12,2 km/l, respectivamente, na estrada.
2 portas | 4 portas | |
Vivace 1.0 | R$ 25.550 | R$ 27.530 |
Attractive 1.4 | R$ 29.280 | R$ 31.080 |
Way 1.0 | R$ 26.690 | R$ 28.490 |
Way 1.4 | R$ 30.070 | R$ 31.870 |
Elevado ao quadrado
Totalmente novo, o modelo é uma verdadeira evolução do seu antecessor, com grau de revolução similar ou maior ao primeiro modelo, lançado em 1984. Embora não comente sobre, a Fiat espera ultrapassar as vendas do Gol, somando os números da nova e da geração anterior (que agora parte de R$ 24.570). E tem tudo para isso, principalmente com a chegada da versão de duas portas, em julho. "O novo Uno é um carro diferente, mas para todos", afirmou Bellini. E desde já, a concorrência deve começar a se mexer, pois o Uno vai dar o que falar.
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